Na quinta-feira (28), o dólar registrou uma forte alta, superando a marca de R$ 6 pela primeira vez na história, após o mercado reagir negativamente ao anúncio do pacote fiscal e à isenção do Imposto de Renda (IR) para salários de até R$ 5 mil.
O dólar à vista fechou o dia com um aumento de 1,30%, atingindo R$ 5,9910 na venda, o maior valor nominal de fechamento já registrado. Enquanto isso, o Ibovespa teve um desempenho negativo, com queda de 2,40%, encerrando o pregão aos 124.610,41 pontos, atingindo sua mínima desde o meio do ano.

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O dia foi marcado pela ausência das bolsas de valores de Wall Street, que estavam fechadas devido ao feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos.
Durante o evento no Palácio do Planalto, os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) e Rui Costa (Casa Civil) detalharam as novas medidas fiscais anunciadas na véspera. Também participaram do evento os ministros Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação) e Esther Dweck (Gestão e da Inovação em Serviços Públicos).
Haddad havia divulgado na noite de quarta-feira (27) um conjunto de medidas para controle de gastos e uma das promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): a isenção do IR para quem recebe até R$ 5 mil por mês. O impacto fiscal da isenção está estimado em R$ 35 bilhões, um valor abaixo das previsões do mercado, que esperava algo em torno de R$ 45 bilhões.
Ainda dependendo de aprovação no Congresso, a medida deve entrar em vigor em 1º de janeiro de 2026. Durante sua apresentação, Haddad enfatizou que a reforma tributária busca alcançar “neutralidade tributária”, ou seja, não pretende nem aumentar nem diminuir a arrecadação, mas sim promover eficiência e justiça tributária.